Verônica, profissional da saúde, cursou Enfermagem na Universidade Federal de Salvador e compartilhou conosco toda sua trajetória de imigração para o Quebec-Canadá. Ela começou a pensar nesse sonho em 2018 por conta de uma amiga que mora em Toronto. Pretendia cursar um doutorado na Université de Montréal. “Foi todo um processo que exigiu bastante planejamento; uma verdadeira montanha-russa de emoções”, ela relata.

V. fez cursos da escola on-line Pantoufle a fim de aperfeiçoar o francês e obter o nível B2. Apesar de uma rotina difícil e cansativa de muito estudo e trabalho, logrou êxito em sua entrevista toda em francês. Acordava às 5:30 da manhã para se dedicar ao idioma. E soube pelas redes sociais sobre as missões de recrutamento para imigrar.

Verônica fez a sua entrevista no começo de 2020. Ela nos conta que foi recebida numa sala de acolhimento, assistiu a um vídeo sobre a realidade do Quebec e preencheu uma ficha. A entrevista teve duração de quarenta minutos. Na mesma hora, já soube que foi aprovada. Um grande alívio e alegria, disse ela.

Eram duas mulheres, as responsáveis pelo recrutamento. Quando a indagaram se o seu marido falava francês, V. foi perspicaz e respondeu que ele ainda não falava. O “ainda” fez toda a diferença, pois é importantíssimo mostrar o interesse pelo francês.

Para a segunda parte da entrevista, V. treinou várias perguntas com o professor francês nativo Nicolas da escola Pantoufle. Precisou ter o seu currículo e sua trajetória profissional na ponta da língua.

-Onde trabalha? -Quais suas funções? -Quais as dificuldades de um enfermeiro brasileiro?

V. confessa que teve dificuldade para explicar a diferença entre o formato de estudo e trabalho/residência do Brasil e o equivalente do Quebec.

Depois, passou pela etapa prática, na qual respondeu questões clínicas referentes a sua área de atuação: saúde coletiva. Veronica, muito estudiosa, se preparou lendo artigos de casos clínicos de gestantes, de hipertensos e de pessoas com diabetes.

As recrutadoras sugeriram que V. se especializasse na área assistencial, pois existe essa demanda no Quebec. Portanto, cursou uma especialização no Brasil durante a pandemia. Na sequência, V. finalizou o processo de equivalência dos documentos em cartório e contratou um tradutor juramentado. Tudo foi traduzido para o inglês. Isso tudo custou uns quatro mil reais.

V. ainda nos dá a dica de que no próprio site da Ordem dos Enfermeiros tem as diretrizes e toda carga horária exigida por disciplina para essa equivalência. Agora ela segue para um estágio remunerado durante o período de adaptação no Quebec.

Verônica, mulher brilhante e muito forte, nos emociona com seu relato. Ela disse durante a live para termos um plano A, B e C; mas acredite no seu sonho. Mantenha o foco, a fé e a coragem que tudo dará certo.