Bate-papo com a enfermeira brasileira Janaína Bertoluci: @jana_bertoluci Essa live está imperdível para enfermeiros e enfermeiras que desejam imigrar para o Quebec.

Janaína se formou em 2008 e atuou até 2010 na área de enfermagem em um posto de saúde. Em 2018 visitou o Canadá e se apaixonou perdidamente pela província do Quebec. Seu marido já dominava o francês e ela ainda não. Em novembro de 2018, ela iniciou o processo de imigração juntamente com os estudos do francês.

Uma curiosidade: a Jana também foi aeromoça durante um tempo. E agora é uma mulher multifacetada, uma enfermeira que já trabalhou na aviação como comissária de voo.

Vejamos a trajetória e as mudanças de rota da Jana até o Quebec. Inicialmente, ela aplicou para trabalhar em Quebec num programa de assistência com foco em hipertensão, diabetes e gestação.

Até 2018 a Jana não falava francês. Em apenas três anos, dominou o idioma. Como ela conseguiu manter a disciplina dos estudos?, pergunta um internauta. Jana respondeu que é movida por desafios. Ela acordava todo dia às 5h da manhã, tomava seu chimarrão e colocava os fones de ouvido para estudar. Assistia às aulas e escrevia em francês. Todo dia essa mesma rotina.

Em 2019: missão de recrutamento. Foi aprovada e a resposta da Ordem dos Enfermeiros saiu em 2020. Ela explica que enviou os documentos aos poucos. Se enviar todos de uma vez, a média é de 4 meses. Como ela estava atuando na aviação e fora da enfermagem havia 5 anos, teria que fazer um Cégep.

O Cégep * é um curso tecnólogo para uma atualização da enfermagem e tem duração de 8 meses. Custa uns 7 mil dólares. Para Jana, foi um verdadeiro balde de água fria. Então, ela e o marido resolveram entrar com visto de turismo.

Com a pandemia, Jana voltou a trabalhar como enfermeira na área de Emergência. Não tinha experiência em meio clínico nos últimos 5 anos, portanto seu estágio em Quebec seria negado. Porém, em agosto de 2020, havia acumulado mais de 500 horas de Urgência. Daí mandou os documentos novamente e marcou uma segunda entrevista. Os professores Nicolas e Cecília da escola on-line Pantoufle a ajudaram com a preparação. Fez aulas de francês também como uma professora quebequense para treinar os ouvidos com o sotaque característico québécois.

Jana explicou durante a entrevista sobre o Protocolo de Manchester e teve que lembrar as cores em francês. Perguntaram sobre os conceitos de triagem e reanimação. Ela nos contou que já trabalhou em sala vermelha e precisou reafirmar que se tratava de um projeto de imigração da família.

"A dica é colocar em evidência os seus pontos fortes na hora da entrevista." Ela também explica que na província de Quebec, é diferente o processo de imigração para enfermagem se comparado ao restante do Canadá.

Em janeiro de 2021, fez a biometria para ganhar tempo no processo de imigração. Teve que refazer os exames médicos de toda família (raio-x, sangue, eas) pois eles têm validade de 1 ano. Felizmente, deu tudo certo. O visto saiu em 14 dias.

Em outubro de 2021, ela finalmente se mudou para o Canadá. Hoje ela inicia um estágio em cirurgia ortopédica com duração de 30 a 45 dias; e a jornada de trabalho de 8h. Jana reitera nesse bate-papo o quanto os canadenses são acolhedores e que o ideal é começar a estudar o francês desde o início do projeto de imigração. Saber falar o idioma é irreparável.

“Quando sua comodidade for maior que a vontade de mudar, você ficará onde está”, disse Jana. Mas se a sua vontade de imigrar para o Canadá for maior, o seu comprometimento com o francês e todo resto será mais intenso e satisfatório. Portanto, o resultado virá. Pode acreditar no seu sonho, vai dar certo.

Alguns sites importantes:

MIFI: https://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/en/home.html

Cégep * : https://www.cegeptr.qc.ca/cours-cegep/programmes-techniques/