Tive contato com idiomas estrangeiros desde a minha infância, sendo o francês uma paixão incontornável. Ainda universitária, decidi ter uma experiência internacional em uma universidade canadense francófona. Me candidatei pela universidade de Brasília, onde pude aprender mais sobre a literatura francesa. E sabia que o mundo de Victor Hugo, Molière, Zola, Sartre, Laclos poderia me levar a terras estrangeiras. Apliquei para algumas universités da França e do Canadá. Para minha surpresa, recebi minha carta de aprovação da Université de Sherbrooke em Québec. Confesso que minha reação inicial foi de um certo receio, seria minha primeiríssima estadia em terras canadenses - sozinha.
Como estudante de Letras/Francês na universidade de Brasília há 3 anos e tendo anos a fio de contato com o idioma na Aliança Francesa e também com minha (boa)madrasta française Véronique, fui surpreendida quando - já na Université de Sherbrooke - me ofereceram apenas aulas para iniciantes do idioma. Então, fui à coordenadora geral e pedi que me ofertassem as disciplinas relacionadas ao meu curso de bacharel em literatura francesa. Minha bolsa de estudos - com tudo pago - não era um curso de verão. Deu tudo certo. Ufa.
Voilà meus estudos do bacharelado com o Canadá à la Faculté de Lettres et Sciences Humaines.
Automne (2009) et Hiver (2010):
Littérature française: 19e-20e siècles;
Théories littéraires: histoire et méthodes;
Littérature, culture et société;
Enrichissement du français québécois: aspects généraux
Poucos sabem, mas minha bisavó por parte de pai falava francês no meio do sertão brasileiro. Rocilda Falcão, que orgulho, minha bisa! Minha mãe que é neuropediatra aposentada, foi professora de francês da Aliança Francesa. E meu pai casou-se com uma francesa e teve minha irmãzinha, a Marie-Dominique. O francês está no meu sangue materno e paterno e no meu coração.
Em Sherbrooke, minha primeira impressão foi: que cidade linda mas que sotaque fuerte! Fui sozinha na cara e na coragem. Conheci parisienses fantásticos, morava num alojamento universitário e escutava o francês dia e noite 24/7. Vivi o outono e o inverno por lá. Durante o inverno -30 , fiz aulas de treinamento militar nos tuneis (réseau souterrain) e bebi muita bière artisanale gelada. Conheci Montréal, minha grande paixão, a ville de Québec e muito de Sherbrooke. Tenho amigos canadenses, mexicanos, russos, japoneses, uruguaios, americanos e mais, graças a minha experiência como bolsista no Canadá multicultural. Aprendi expressões québécoises, muito sobre literatura, sobre poesia e a deslizar na neve de trenó (risos!).