Eu e Pedro nos casamos em 2008 e partimos pra França com o objetivo de nunca mais voltar a morar no Brasil. Na época as embições eram agigantadas, de tamanho inversamente proporcional à nossa experiência. O sonho era passar 2 anos em cada país: Itália, Romênia, Alemanha, China... E no meio do caminho ter 7 filhos.

A realidade se mostrou mais desafiadora do que tínhamos planejado.

Primeiramente, precisamos voltar pro Brasil em 2011, pois minha mãe se encontrava muito doente, com câncer de pulmão em fase terminal. Ficamos uns anos perto da minha família em Recife, parte da família dele também. Dávamos aula na Aliança Francesa. Estávamos relativamente bem, mas nossa rotina era bem cheia. Meu marido de deslocava de moto e eu, quando não tinha aula no mesmo lugar que ele, ia de ônibus. Passávamos o dia inteniro na rua entre 2 escolas, empresa onde dava aula de francês, casas de alunos particulares. Primeira aula começava às 7h da amanhã e a última acabava às 22h40. E trabalhávamos todo sábado.

Quando nosso primeiro filho nasceu, em 2013, vimos que queríamos mais estabilidade e, principalmente, mais tempo com ele. Foi aí que começamos a bolar o projeto Canadá.

Segue a timeline com as informações resumidas da nossa trajetória.

2013 - Entrada em visto de estudante (RECUSADO) - meu marido ia estudar música em British Columbia. Visto foi negado, apesar dele ter passado na prova prática da faculdade. O ATIP (documento que o governo canadense dá com detalhes da recusa) dizia que não tínhamos comprovado vínculos com o Brasil. Realmente não tínhamos. Nesse momento, decidimos partir de Recife de todo jeito e fomos pra Jundiaí, onde abrimos a Pantoufle e passamos a trabalhar online.

Depois de alguns anos sem pensar no projeto, em 2016 conseguimos bolar um plano que em uns 5 anos nos levaria pro Québec. Estamos agora na reta final desse plano. Foi longo, foi difícil, custoso, mas nos levará para terras mais tranquilas em breve.  

2017 - Pedro iniciou o curso de ADS (Análise e desenvolvimento de sistemas) na FATEC. Nossa filha tinha 3 meses de vida e foi um ano bem difícil pra gente.

2018 - Pedro teve uma primeira entrevista por Skype (não passou)

2019

  • Missão de Recrutamento presencial em São Paulo (entrevista excelente, mas não passou no teste técnico)
  • Missão Internacional de setembro (1 entrevista)


2020

Janeiro: inscrições na plataforma do Québec na Cabeça, se candidatou a 1 vaga por empresa. 9 empresas no total. Fez um teste de francês - resultado C1 (quaaase C2). 2 empresas o contataram.

31 de março - e-mail confirmando interesse

2 de abril - teste OOP (Top 1%)

3 de abril - entrevista com recrutador de TI (40 minutos)

15 de abril - pedido de referências por e-mail

22 de abril - mensagem no LinkedIn dizendo que a candidatura estava em análise

1 de maio - mensagem no LinkedIn marcando pra dar o resultado

4 de maio - Resultado por Skype (18 minutos) = OUIII

6 de maio - Envio por e-mail do guia profissional e da “convention d’emploi” (contrato)

7 de maio - Envio por e-mail de formulário a ser preenchido

final de julho - conclusão do curso de ADS

Outubro - documento de conclusão do curso

Dezembro - a empresa pediu o EIMT e o CAQ de Pedro

2021

2 de fevereiro - Saíram o EIMT e o CAQ de Pedro

12 de fevereiro -  pedido do CAQ de Elias

15 de fevereiro - fizemos os exames médicos

22 de fevereiro - resultado dos exames

03 de março - pedido dos vistos

Marcado para 04 de maio o registro da nossa biometria. Agora é ter paciência!

Espero que esse relato tenha te inspirado.